Muito se fala de startups nos últimos tempos. A possibilidade de suprir uma necessidade com um negócio próprio, muitas vezes online, e tornar-se empreendedor fez com que muitas pessoas criassem empresas muito interessantes. Porém, este tipo de empresa também tem seus desafios. A maioria das dificuldades enfrentadas pelos negócios digitais no Brasil tem um fundo comum: a novidade deste ciclo econômico em um cenário onde as reformas estruturais, tão necessárias, ainda não foram feitas.
A falta de reformas políticas, fiscais e previdenciárias e o baixo nível de investimento afeta a competitividade de todos os setores, mas é especialmente nefasto com o de alta tecnologia pela fragilidade e novidade do ecossistema.
O Brasil é carente de mão de obra qualificada no geral, e não existe um ciclo prévio de empreendedores que tenham tido sucesso ou não e que possam ser reengajados com mais chances em uma nova startup. Montar uma empresa no Brasil, pagar seus impostos e lidar com a justiça (trabalhista ou não) é um esforço hercúleo. A estratégia de impostos é muito focada em faturamento e não lucro, e foi montada em um cenário de sonegação muito maior do que existe hoje.
Associada ao bootstrap, uma forma ainda comum de financiamento é a dívida, seja pessoal ou corporativa. A junção de demora, burocracia e spread no Brasil faz com que a mortalidade causada por essa forma de financiamento seja desnecessariamente alta.
-4 de novembro de 2024