Perspectivas e Tendências: um Resumo da NRF 2024
Anualmente, Nova York se transforma no epicentro do mundo do varejo com a realização da NRF (National Retail Federation), que este ano chegou à sua 114ª edição. Entre os dias 14 e 16 de janeiro, mais de 40 mil participantes, incluindo o executivo do Myrp, Paulo Guimarães Peguim, tiveram a oportunidade de explorar os insights compartilhados por mais de 450 palestrantes. A NRF se consolidou como uma autoridade na definição das principais tendências do setor e na apresentação de tecnologias disruptivas, tornando-se um marco imperdível no calendário do varejo global. Tecnologia nos Bastidores do Varejo Ao longo do evento, diversas discussões aprofundaram o futuro do varejo, destacando a importância das tecnologias como facilitadoras de processos. A evolução constante está redefinindo a maneira como os varejistas operam. Integrar estoques, aprimorar sistemas, digitalizar e automatizar são passos essenciais para o sucesso no “Everywhere Commerce”, buscando uma presença persistente e diversificada na vida do consumidor. Além disso, percebeu-se que a experiência tecnológica não se limita mais ao front-end das lojas. Ferramentas como provadores inteligentes, realidade virtual e programas de fidelidade automatizados agora estão profundamente integrados aos processos de planejamento, suprimento, logística e relacionamento com o cliente. A tecnologia tornou-se menos perceptível ao cliente, mas muito mais presente e eficaz nos bastidores do varejo moderno. Destaque para a Inteligência Artificial (IA) A Inteligência Artificial emergiu como o grande tópico do varejo nos últimos dois anos, e isso ficou evidente nas numerosas discussões realizadas durante a NRF 2024. A versatilidade da IA em termos de aplicações no comércio e seu potencial foram temas recorrentes. Mais de 80% dos expositores trouxeram soluções deste tema que também apareceu como prioridade na maioria das palestras do congresso. Apenas um ano do boom do chatGPT, há um avanço rápido na implementação de soluções de IA. Campanhas de marketing inteiras, tanto textos como imagens, feitas com IA. Previsão de demanda com uma acuracidade impensável sem a IA. Sem contar as recomendações dos sites de e-commerce e a inteligência na entrega de produtos aos clientes. Integração dos Canais de Compra (Omnicanalidade) Outro ponto discutido como na última edição do evento foi a integração dos canais de compra, enfatizando a diferença entre o varejo digital e o físico (ou phygital). Enquanto o primeiro é construído para ser funcional e transacional, o segundo é emocional. Destacou-se a necessidade de despertar o interesse dos consumidores em frequentar a loja física, ressaltando a importância da criatividade e do atendimento de qualidade nesse processo. A omnicanalidade se confirmou como uma realidade. Retail Media e Monetização do Ponto de Venda O evento também destacou o tema “retail media” de forma significativa. Enquanto no Brasil ainda estamos em estágios iniciais, nos Estados Unidos, percebe-se um mercado mais maduro. Diversos varejistas já estão utilizando esse conceito com domínio e entendimento. O uso do ponto de venda como um ponto de mídia tornou-se intrínseco, com os varejistas reconhecendo o valor dessa atenção no momento da compra. Ressaltou-se que é o momento certo de monetizar o espaço do ponto de venda, seja no mundo virtual ou físico, como uma maneira de diversificar as fontes de receita e ampliar o alcance do público-alvo. As telas presentes nas lojas (e também os canais digitais) se tornaram um importante canal de mídia para as indústrias e parceiros entregarem conteúdo ao cliente final. Esse fenômeno reflete uma mudança significativa na maneira como as marcas se envolvem com os consumidores, transformando os pontos de venda em espaços multimídia que vão além da simples venda de produtos. Transformação das Operações Físicas Após um período de grande oscilação e digitalização na pandemia, as operações físicas conseguiram evoluir na forma de operar, vender e se relacionar com os clientes. Elas se transformaram em hubs de serviços, logística e entretenimento, voltando a ser um lugar de prazer para atrair e fidelizar os clientes. Em edições passadas, havia a impressão na NRF de uma pauta futurística de difícil aplicação no curto prazo. Era muita inspiração, mas pouca demonstração do que estava sendo feito. Este ano foi diferente, com muitas inovações funcionando e trazendo resultados. Do lado da tecnologia, não se viu mais o deslumbramento de que ela resolverá e substituirá tudo. Isso deu lugar a um consenso de que tecnologia é fundamental, mas é “apenas” uma ferramenta que empodera os humanos e é enriquecida por eles para resolver problemas. Abordagem ‘Pé no Chão’ da Inovação Analisando o cenário econômico desafiador enfrentado pelo setor varejista, destaca-se a importância de uma abordagem ‘pé no chão’ da inovação. É crucial aplicar tecnologias de forma prática e eficiente, buscando soluções que não apenas impulsionem o contato com o consumidor, mas também tragam benefícios econômicos tangíveis. Essa abordagem prática e próxima da realidade empresarial foi um ponto de destaque também para muitos participantes do evento, destacando a importância de uma abordagem equilibrada e estratégica diante do cenário atual da economia. Conclusão Essas reflexões da NRF 2024 ressaltam a importância crescente de um olhar voltado para o cliente e a necessidade de integrar tecnologia de forma estratégica para oferecer experiências mais envolventes e personalizadas. O varejo está passando por uma transformação profunda, impulsionada pela inovação tecnológica, mas mantendo o foco no cliente como o elemento central de todas as estratégias e ações. As principais inovações e tendências da NRF, a maior feira de varejo do mundo, mostram que o varejo físico está mais forte do que nunca, redefinindo seu papel como um hub de experiências, serviços e entretenimento para os consumidores atuais. Com informações complementares dos portais Mercado e Consumo, Meio e Mensagem, Ibevar, Mundo do Marketing e Neofeed.
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